Valorização de microempreendedores locais movimenta a economia e aumenta impacto ambiental positivo
Dentro do mercado de consumo local existem muitos produtos menos prejudiciais ao meio ambiente que aqueles vendidos por grandes redes de supermercados. Em Bauru não é diferente: há brechós e lojas que vendem produtos de beleza naturais; feiras de alimentos orgânicos; negócios voltados para a diminuição da produção de lixo nas casas do município; e, até mesmo, alguns eventos que reúnem todas essas iniciativas em um único espaço.
A geógrafa e artesã Dandara Tierra Borges De Brunnis Ferreira aproveitou conceitos da graduação e a paixão por produtos de beleza naturais para criar a Tierra Produtos, loja onde vende cosméticos veganos que produz de maneira caseira.
“Valorizar pequenos produtores é uma forma de valorizar a cultura local, criar vínculos e ajudar no sustento dos artistas, principalmente nas cidades pequenas”, explica.
Incentivar esses pequenos negócios, principalmente os que estão envolvidos com questões ambientais, de forma a priorizá-los no lugar dos atacadistas, afeta muito mais a vida do consumidor do que se imagina. Veja a seguir alguns exemplos de como esse retorno acontece.
Benefícios do consumo com pequenos produtores
1. Movimentação da economia local: ao incentivar um profissional autônomo ou pequena empresa, estes passam a ter uma renda e a aplicá-la no comércio local, para consumo próprio. Ou seja, a valorização de negócios independentes aumenta a quantidade de consumidores de serviços no geral.Além disso, de acordo com o último Anuário do Trabalho nos Pequenos Negócios, publicado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), de 2016, mais da metade dos empregados com carteira de trabalho assinada atuam em micro e pequenas empresas. Assim, ao valorizar esses negócios, contribui-se para a geração de empregos na região.
2. Papel social: Para a fisioterapeuta Fabiana Araujo Silva, que vende produtos ecológicos na loja Terra Fecunda no Instagram, essa valorização também é uma forma de manter o dinheiro do consumidor nas mãos de quem se parece com ele, e não com a grande indústria.
“Eu acho que tem esse impacto financeiro e social de a gente colocar o nosso dinheiro, pouco ou muito, num projeto de sociedade em que a gente acredita, em pessoas que estão dispostas a construir esse projeto de sociedade, que é parecido com o que a gente acredita”, relata.
3. Redução do lixo, do desperdício e da pegada de carbono: no transporte de alimentos de um grande produtor, por exemplo, a quantidade que poderá ser descartada por estragar é considerável se comparada a de produtores próximos ao cliente. A pegada de carbono deixada por esse transporte reduz significantemente quando o produto é feito em casa ou a poucos quilômetros da cidade, e não à distância de estados ou países.
Diversos artesãos e microempreendedores dão preferência a embalagens que sejam recicláveis, biodegradáveis ou retornáveis — ao fazer negócio com eles, o cliente também colabora com uma menor produção de lixo para o planeta.
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Ao comprar em brechós e bazares não se contribui com a poluição da indústria têxtil e o trabalho escravo que diversas lojas de fast fashion utilizam. Foto: Becca Mchaffie/Unsplash |
Além disso, a quantidade de recursos poupada ao consumir de negócios locais, como o material para fabricação de embalagens de industrializados, o combustível utilizado no transporte e até recursos humanos, auxilia na preservação do planeta.
Edição: Nayara Delle Dono
Revisão: Anna Araia, Leonardo Scramin e Nayara Delle Dono
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