A farsa de legumes, verduras e frutas que escondem o uso abusivo de pesticidas
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Em meio a tantos produtos químicos, os orgânicos são a melhor alternativa para uma alimentação saudável de verdade. Arte: Vitoria Cristina |
“Frutas, legumes e verduras são essenciais para uma vida saudável”. Quem nunca se deparou com essa frase como recomendação de um estilo de vida adequado para alcançar a longevidade?
Uma dieta rica em substâncias benéficas para a saúde é o objetivo de muitos. Mas, no Brasil, o consumo desses alimentos é cada vez mais prejudicado pela utilização de agrotóxicos.
Surgidos na Segunda Guerra Mundial, esses produtos químicos são utilizados principalmente para o controle de pragas.
No entanto, a utilização de pesticidas é prejudicial para fauna e flora, além de deteriorar a longo prazo a qualidade de vida dos trabalhadores rurais e consumidores.
De acordo com declaração do representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) Joaquín Molina, cerca de 193 mil pessoas morrem no mundo em decorrência da exposição a substâncias químicas.
No Brasil, os números parecem não importar, e o descaso se agrava quando se trata de comunidades locais e indígenas. Em reportagem elaborada pelo Brasil de Fato, há depoimentos de crianças e gestantes intoxicados.
Além do risco para comunidades próximas às zonas rurais, a ingestão de alimentos com os produtos químicos pode causar efeitos agudos ou crônicos.
De acordo com o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA)/Anvisa, os 5 alimentos com níveis mais altos de agrotóxicos proibidos, ou acima do limite em 2017 e 2018, são:
- Pimentão – 82%
- Goiaba – 42%
- Cenoura – 40%
- Tomate – 35%
- Alface– 30%
Estes números apontam que manter uma dieta balanceada, com base em legumes e verduras comprados em grandes redes supermercadistas, acaba sendo uma armadilha para o consumidor.
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O pimentão é o alimento com maior número de resíduos químicos que excedem o permitido. Arte: Amarildo |
Mesmo com os dados alarmantes, no último dia 23 de outubro o governo do presidente brasileiro liberou a utilização de mais 12 pesticidas químicos.
Nesta mesma semana, Bolsonaro se negou a comprar a vacina Coronavac produzida pela China para combate do coronavírus. No entanto, 10 dos produtos falsamente chamados de “defensivos” também são produzidos no país oportunamente “inimigo”.
Basta observar a imagem abaixo para identificar que, só no primeiro ano, o governo do presidente Jair Bolsonaro registrou o maior índice de agrotóxicos dos últimos catorze anos.
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2005 foi o último ano em que o brasileiro aproveitou seus alimentos com baixos valores de substâncias prejudiciais. Tabela: MAPA |
Dentre as substâncias presentes na lista, está o fipronil, que foi causador da crise dos ovos contaminados em diversos países em 2017. O químico também resultou na morte de milhões de abelhas em Santa Catarina em agosto do ano passado.
Como grande parte das mudanças que precisam ser iniciadas, a consciência dos riscos do consumo de alimentos com agrotóxicos faz parte da necessidade de uma educação alimentar precoce.
Essa base de conhecimento alimentar é o ponto de entrada para uma cultura que prioriza pequenos produtores orgânicos, produção de hortas caseiras e o consumo em feiras ao invés de supermercados.
A iniciativa pública possui um papel indispensável para incentivo da população no consumo de alimentos orgânicos. Os municípios precisam investir em hortas comunitárias, por exemplo, a fim de diminuir o valor dos produtos e a ingestão de alimentos contaminados.
Porém, infelizmente, enquanto assistimos o agronegócio comandar a produção de alimentos, no qual os poderosos seguem enriquecendo, o veneno se torna o ingrediente principal no prato do brasileiro.
Como grande parte das mudanças que precisam ser iniciadas, a consciência dos riscos do consumo de alimentos com agrotóxicos faz parte da necessidade de uma educação alimentar precoce.
Essa base de conhecimento alimentar é o ponto de entrada para uma cultura que prioriza pequenos produtores orgânicos, produção de hortas caseiras e o consumo em feiras ao invés de supermercados.
A iniciativa pública possui um papel indispensável para incentivo da população no consumo de alimentos orgânicos. Os municípios precisam investir em hortas comunitárias, por exemplo, a fim de diminuir o valor dos produtos e a ingestão de alimentos contaminados.
Porém, infelizmente, enquanto assistimos o agronegócio comandar a produção de alimentos, no qual os poderosos seguem enriquecendo, o veneno se torna o ingrediente principal no prato do brasileiro.
Edição: Nayara Delle Dono
Revisão: Anna Araia
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